Tuesday, June 07, 2005

Poderia ter sido e não foi

Tive uma idéia para um curto conto à moda de Borges, mas ficou ruim quando tentei escrever. É sobre um homem que adora o ato físico de escrever, mas não tem talento nem paciência para se preocupar com estilo ou trama: ele gosta de preencher folhas de papel com caracteres e só. Um dia resolve copiar seu livro preferido, e quando termina decide fazer uma cópia da cópia, e assim por diante. Quando ele morre, encontram apenas a última cópia pronta entre seus pertences. Corta para décadas depois, quando um crítico literário lança um livro dedicado ao único romance daquele calígrafo recluso, considerado um dos melhores do seu século. Nesse ensaio, o livro preferido do calígrafo só é citado numa nota, para lembrar o leitor da semelhança entre os nomes dos protagonistas dos dois romances. E termina aí.

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