O gosto da sacarina
Uma das melhores letras de uma das melhores bandas dos anos 90. Atenção para a última estrofe:
Oh, the word's on the street
You've found someone new
If he looks nothing like me
I'm so happy for you
I heard an old girlfriend
Has turned to the Church
She's trying to replace me
But it'll never work
'Cos every touch reminds you of
Just how sweet it could have been
And every time he kisses you
It leaves behind the bitter taste of saccharine
A bad cover version of love
Is not the real thing
Bikini-clad girl on the front
Who invited you in
Such great disappointment
When you got him home
The original was so good
The one you no longer own
And every touch reminds you of
Just how sweet it could have been
And every time he kisses you
You get the taste of saccharine
It's not easy to forget me
It's so hard to disconnect
When it's electronically reprocessed
To give a more lifelike effect
Now come on!
Oh, sing your song
About all the sad imitations
That got it so wrong...
It's like a later Tom and Jerry
When the two of them could talk
Like the Stones since the 80s
Like the last days of Southfork
Like Planet of the Apes on TV
The second side of 'Til The Band Comes In
Like an own-brand box of cornflakes
He's gonna let you down, my friend
Tell me 'bout it...
Não é linda essa idéia de bad cover version, e não são lindas as comparações de Mr. Cocker? Outros exemplos vêm à mente: Woody Allen depois de Desconstruindo Harry (embora o Tija diga que esse agora seja bom), ou Matadores de velhinhas. Pink Floyd poderia substituir Stones na letra sem problema algum. E o que seria um desenho com falantes Tom e Jerry? Sorte que nunca vi nenhum desses.
E quando você pára pra pensar, muita coisa que parece ser boa, e no fundo, vá lá, é boa mesmo, são bad cover versions de coisas melhores. Acho que a idéia surgiu quando eu estava terminando de ler Encontro em Hong Kong, do Alain Robbe-Grillet, e finalmente entendi de onde veio a chatice de Estorvo e a qualidade de Budapeste, do Chico Buarque. Nouveau roman na veia do rapaz. Dizem também que Nós que aqui estamos por vós esperamos é bad cover version descarada de um filme do Dziga Vertov - Um homem e uma câmera ou Cinema-olho, não sei bem, minha cultura cinematográfica só começa mesmo a poder enganar alguém a partir do Kubrick. E, sim, por mais que eu goste de AI, aquilo é uma BCV do mestre. Mas é um daqueles casos em que imitar alguém melhor é preferível a buscar o próprio estilo. Homenageie away, Spielberg.
2 Comments:
Comentário preemptivo: completamente sem pé nem cabeça este post, isto não?
Não jovem, foi um posto muito bom. E embora você diga que eu digo que não, concordo inteiramente com sua afirmação sobre o Allen.
E vamos extrapolar o argumento: tudo é imitação de alguma coisa, ora bolas, a 5º de Mahler no fundo é imitação de uma imitação de uma imitação de uma imitação das danças tribais de 10.000 anos atrás.
Cretino o comentário, não?
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